Reynaldo
Reynaldo
A tarde era de sol um dia lindo estamos sentados na
grama conversando numa tentativa inicial de aproximação tinha ele naquela época
16 de idade. E muito sofrimento em sua costa. Havia morando com os pais até 5ou
6 anos de idade quando foi para rua para fugir da dor e sofrimento com outros
meninos, fácil de entender a mãe empregada doméstica lutava para manter a casa
na periferia ele era o sexto filho. O pai eletricista ou coisa parecida, mas,
era um homem além de bruto também alcoólico segundo o que se lembra Reynaldo além
de ser violento com os filhos e com a mãe sempre estava ausente de casa no
bater, boate, mulheres e futebol.
Assim um dia após de ser espancado com violência por
ele resolveu fugiu e ir para o centro da cidade tentar a sorte.
E assim passou a viver na rua no primeiro dia narra
ele o frio a fome e sofrimento e a saudade e a solidão da família. Mas, logo
tudo mudo passou a se encontrar com um grupo de meninos que andavam junto e
pediam dinheiro, faziam pequenos roubos e quando nada dava certo cheiravam cola
de sapateiro. E assim perambulo por um tempo cresceu se envolveu em coisas mais
pesadas bater carteira, pequenos objetos para serem vendido e rouba comida
mercados, padarias e feiras.
Muita diversão na praça da Se tomando banho ou na
ladeira da memória e sempre se envolvendo com tudo que o mantinha vivo. A
primeira baixa foi por volta dos 14 anos foi encaminhado para FEBEM para ser
reeducado. Já não se lembrava mais da família ou parentes se acostuma a estar
na rua e a esquecer sua própria dor e sofrimento.
Fico alguns meses lá até uma fuga então veio para a
zona sul se enturmou com os garotos de sua idade e a levar a mesma vida o
normal roubar, cheirar e pedir para sobreviver.
Relatou que numa certa data e feita viu pela primeira
vez a morte foi levado pelo camburão após muitas reclamações da população local
sob as trombadinhas que andavam aterrorizando o bairro.
Foi convidado a entrar na viatura foi preso achava
por volta das oitos horas da noite e andara em círculo por horas levado a
represa da pedreira onde foi colocado para fora e orientado a fugir correndo em
direção da represa neste momento pensou vou morrer chegou ao fim era simples
iria correr ser baleado pelas costas e jogado na represa era fácil assim.
Para ele o que mudou foi um fusca com um casal
buscando um pouco de solidão amorosa por assim dizer de faróis ligados os
policiais mandaram o casal dar a voltar e ir embora e aí estava sua chance um
comentou com o outro solta se aparecer por aí baleado ou desaparecer poderão dizer
que foi a polícia e assim mandarem ele correr e não olhar para traz. Chegou em
santo amaro pensa para lá da meia-noite e dormir cheirando cola naquela noite.
Foi assim que ouvi seu primeiro relato ali sentado na
grama e ainda mais estava por vir não muito tempo despois sentou-se outro jovem
17 talvez ou mais não o sei.
Reynaldo estava sentado com chinelas havaianas pês de
fora e assim eu do outro lado e agora o outro ao seu lado elevou a voz e disse cadê
o dinheiro não tenho agora olha esta situação não pode continuar seja sujeito
homem e paga o que você pegou senão não dá para garantir nada. A bem assim que
conseguir levo para você está não é a parada meu irmão pensa bem isto e só para
refrescar sua memória e com uma faca media enviou no meio do seu pé gravando
ele com a chinela no chão. Não disse nada para não criar um conflito a mais o agressor
foi embora puxou a faca o sangue lavou a terra.
Queira levar ele para o equipamento, mas não permitiu
disse que preferia ir para fora e se cuidar seria mais seguro para ele e nos.
Então sumiu no mundo por umas duas semanas e
reapareceu com um curativo no pé dizendo que estava tudo bem que pagou a dívida
(talvez a pedra). E não tocou mais no assunto.
Voltou ainda 2 vezes mais seu sorriso era sempre
contagiante alto com traços suaves na face apesar de todo o sofrimento que
escondia.
Então pouco tempo depois ficamos sabendo do ocorrido
havia tomado três tiros dentro do ônibus foi reconhecido por uma pessoa que roubou
e entre a vida e morte encaminhado ao hospital.
Soube muito tempo após por outra pessoa que
sobreviveu, mas, ficou com seguras graves não sei o que aconteceu com ele e
apenas mais um caso do que a pobreza e abandonou social poder fazer na vida de milhões
de jovens.
O relato e verdadeiro colhido por mim que o conheci e
presenciei o ocorrido e parte do nosso caminho em busca de uma transformação do
social.
@Mauriciopartyguy / assistente social/ Cna e
Plebotomista
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