Jorge Forbes Dez Livros para pensar a Psicoanalise

Que livros serão comentados? Você quer o que deseja? Jorge Forbes A obra traz, por meio de fatos, crônicas e teoria psicanalítica, que o querer não exaure o desejo e revela o descompasso essencial entre o homem e o mundo. Sendo assim, não queremos, necessariamente, o que desejamos. O livro fala ainda da angústia própria à tomada de decisão. Não há decisão que não induza o sujeito ao risco e, consequentemente, à possibilidade da perda. O mal chamado “estresse” pode ser consequência do temor de decidir, frente à avalanche de opções. FORBES, Jorge. Você quer o que Deseja?. 12ª Edição. Editora Manole, 2016. Exibir menos Sobre os sonhos Sigmund Freud Uma das maiores descobertas de Freud foi que os sonhos não são acaso ou espuma. Nesse sentido, sonhos não são aleatórios; eles são formados a partir do que Freud chamou de “trabalho do sonho”, que consiste na deformação do material onírico, a partir das funções de deslocamento e condensação. Os sonhos dizem, falam, expressam: são, na acepção freudiana, realizações de desejos recalcados. Por isso, são a via régia para o acesso ao inconsciente. Em “Sobre os Sonhos”, Freud revela a gramática dessa linguagem do inconsciente. FREUD, Sigmund. Sobre os Sonhos. 1ª Edição. Texto Editores. 2012. Exibir menos A Revolução Transumanista Luc Ferry Como a sociedade lidará com o desenvolvimento da genética e da inteligência artificial? Quais serão os limites éticos da escolha das características dos seres humanos – erradicar no embrião doenças genéticas, eliminar a morte ou retardar o envelhecimento? Em suma: vamos moldar uma nova espécie pós-humana? Enquanto muita gente manifesta ou medo ou entusiasmo com a potência da inteligência artificial, os transumanistas, diferentemente, pensam em múltiplas formas de combinar a inteligência artificial com a subjetividade humana nessa nova era. FERRY, Luc. A Revolução Transumanista. 1ª Edição. Editora Manole, 2018. Exibir menos Antígona Sófocles Escrita há aproximadamente 2.500 anos, Antígona é uma das mais importantes peças da tragédia grega. Filha de Jocasta e Édipo, ela luta contra seu tio, Creonte, herdeiro do trono de Tebas, para dar a seu irmão, Polinices – considerado um traidor –, um sepultamento digno. Na cultura grega, quem morresse e não fosse enterrado de acordo com os rituais fúnebres, seria condenado a vagar cem anos nas margens do rio que levava ao mundo dos mortos, sem poder ir para o outro lado. O direito a um sepultamento segundo as devidas solenidades era o meio de se chegar ao reino dos mortos. Em Antígona, poderemos comentar o que é uma questão trágica: Creonte quer deixar insepulto Polinices, por ele ter atacado a cidade; Antígona quer enterrá-lo, por ele ser seu irmão. Quem tem razão? Os dois! A polarização que sofremos hoje é devido ao fato de nos depararmos com verdades diferentes que não se excluem! SOFÓCLES. Antígona. 11ª Edição. Editora Paz & Terra, 2021. Exibir menos O Mal-Estar na Civilização Sigmun Freud Um dos livros mais conhecidos e debatidos de Freud, a obra aborda a questão clássica da Psicanálise — o desejo em relação com a lei. Em O Mal–Estar na Civilização, Freud sustenta, como pressuposto, que a civilização imprime um descompasso entre o homem e o mundo, o que acarreta o mal-estar. No trânsito entre o indivíduo e a sociedade, algo se interpõe entre esse dois polos, faz uma mediação: trata-se da lei imposta pela civilização. A natureza da civilização como veículo de felicidade está em desacordo com a satisfação das pulsões: “podemos dizer que a intenção de que o homem seja “feliz” não se acha no plano da Criação”, diz o autor. Para vivermos na civilização, cada um de nós doa uma cota de seu desejo, em nome do bem comum, e espera de volta um ressarcimento de seu esforço inicial. O mal-estar vem da constante sensação de injustiça. O que fazer? FREUD, Sigmund. O Mal-Estar na Civilização. 1ª Edição. Penguin e Companhia das Letras, 2011. Exibir menos O Mal-Estar da Pós-Modernidade Zygmunt Bauman O título de Bauman é uma referência ao clássico freudiano. Para o sociólogo, a pós-modernidade é fortemente marcada pela “vontade de liberdade”, o que ele acredita se opor à estabilidade da civilização como abstenção de uma parcela de nosso desejo, conforme preconizada por Freud. Nesse sentido, ele atualiza as questões do mal-estar analisado por Freud em 1930, à luz da pós-modernidade, do verdadeiro tsunami que atravessamos e que inaugura um novo tempo. BAUMAN, Zygmunt. O Mal-Estar da Pós-Modernidade. 1ª Edição. Editora Zahar, 1998. Exibir menos Uma Temporada com Lacan Pierre Rey Possivelmente, é o melhor relato de uma análise com Jacques Lacan: “Quero dizer que no lugar de assujeitar meus desejos a meus meios, decidi pagar o preço, achei melhor criar meios para meus desejos, partir do desejo para multiplicar a vida, em vez de ajustar os desejos aos dados da vida”. REY, Pierre. Uma Temporada com Lacan. 1ª Edição. Cia de Freud, 2010. Exibir menos A Direção do Tratamento e os Princípios do seu Poder Texto dos “Escritos” de Jacques Lacan Na década de 1950, Lacan faz uma crítica severa aos caminhos que a psicanálise havia tomado. Explica, em seu estilo único e inimitável, que o psicanalista dirige a análise, não o paciente. Diz Jacques Lacan: “O psicanalista certamente dirige o tratamento. O primeiro princípio desse tratamento, o que lhe é soletrado logo de saída, que ele encontra por toda parte em sua formação, a ponto de ficar por ele impregnado, é o de que não deve de modo algum dirigir o paciente.“ LACAN, Jacques. A Direção do Tratamento (texto dos Escritos). 1ª Edição. Editora Zahar, 1998. Exibir menos O Ponto da Virada Malcolm Gladwell Um dia tudo muda repentinamente. Como se dão as mudanças do laço social na pós-modernidade? Através de casos como o do tratamento inusitado da violência em Nova York, Gladwell defende que as pessoas mudam seus comportamentos a partir de virais, e não da repressão. Mais pelo desejo que pela necessidade: “Ideias, produtos, mensagens e comportamentos se espalham como vírus”. O momento decisivo da mudança é o que o autor chama de Ponto de Virada: um instante que pode surgir com novidades que, embora possam parecer pequenas e desimportantes, produzem um efeito inesperado e memorável, devido a um estímulo cujo impacto subjetivo acaba por se mostrar certeiro. GLADWELL, Malcolm. O Ponto da Virada. 1ª Edição. Sextante, 2011. Exibir menos Inconsciente e Responsabilidade: Psicanálise do Século XXI Jorge Forbes Duas palavras que habitualmente se excluem: inconsciente e responsabilidade. Pois bem, na psicanálise aprendemos a juntá-las. Pela nossa condição de sujeitos somos sempre responsáveis, dizia Lacan. Somos responsáveis pelo encontro e pelo acaso. Primeiro somos responsáveis e, por isso, livres. Não ao contrário. “O inconsciente do qual vamos tratar é aquele que leva o ser falante a responsabilizar-se pela invenção de seu estilo singular de usufruir de seu corpo e de sua vida. No discurso da psicanálise difundida nos meios de comunicação, responsabilidade e inconsciente não são termos que aparecem conjugados, chegando a ser considerados excludentes. Assim, a responsabilidade estaria associada à consciência plena e onde houvesse inconsciência não poderia haver responsabilidade. Diante de um ato que cometeu – voluntária ou involuntariamente – e sobre o qual estranha a própria participação, é comum a pessoa dizer: só se foi o meu inconsciente?”. No século XXI, o psicanalista que acredita no inconsciente irresponsável não trata o sintoma e não cura, diz o autor. FORBES, Jorge. Inconsciente e Responsabilidade: Psicanálise do Século XXI. 1ª Edição. Editora Manole, 2012.

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